Negócios

Reajuste de cota paga à Prefeitura vai encarecer custos de empreendedor

O consultor sênior de terrenos da empresa imobiliária CBRE, Vitor Perrotta, afirmou que as incorporadoras vão ter de enfrentar um aumento no dispêndio da chamada “Prestação de Solidariedade”, contrapartida paga por empreendimentos de grande porte para a Prefeitura de São Paulo investir em habitações de interesse social.

Pelas regras antigas, todo empreendimento com uma superfície computável de 20 milénio m² ou mais tinha de remunerar um valor equivalente a 10% do valor venal do terreno a título de “Prestação de Solidariedade”. Com o novo Projecto Diretor, aprovadas no mês pretérito pela Câmara Municipal, essa fatia subirá para 20%.

Na avaliação da professora de economia da ESPM Cristina Helena de Mello, a quinhão social é um ponto de tensão do Projecto Diretor e pode atrapalhar o lançamento de novos projetos, pois o valor de desembolso dessa novidade regra ainda precisa ser estudado pelas companhias.

“A exigência de uma quinhão social pode atrapalhar a viabilização de novos investimentos, porque as empresas terão de entender porquê comercializar esse novo protótipo, o que impacta diretamente nos custos do projeto”, disse Cristina.

Vagas de garagem

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O Projecto Diretor vigente libera as incorporadoras a oferecer uma vaga de garagem por apartamento, independentemente do tamanho. Pelas novas regras, apartamentos com menos de 30 m² não têm recta à vaga, a menos que a incorporadora pague um extra por isso. Já unidades de 30 m² a 60 m² têm recta a uma vaga. Os apartamentos maiores podem ter mais de uma vaga: a cada 60 m² adicionais, é verosímil incorporar mais uma vaga.

Trânsito

Ligia Rocha, sócia-diretora da JWurbana Arquitetura e Urbanismo, afirmou que o novo projecto tem falhas porquê a de estimular o aumento de carros por condomínio e ampliar a concentração da população em áreas nobres, enquanto pode empuxar a população de renda mais baixa ainda mais para a periferia.

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“O novo Projecto Diretor não fez uma revisão voltada ao estabilidade social da cidade, não lidou com o ajuste do projecto para edificar para quem precisa, não foi participativo ao considerar pouco ou quase zero sobre os pedidos da sociedade social e não garantiu o recta à cidade, à moradia e à melhoria do transporte público e da mobilidade, porquê prevê a Constituição Federalista”, afirmou Ligia.

Para a técnico, o trânsito nas áreas nobres tende a piorar em razão do aumento de vagas de estacionamento em imóveis de supino padrão, em vez de estimular o uso do transporte público.

Para o sócio e fundador da incorporadora Idea!Zarvos, Otávio Zarvos, a junção de fatores econômicos do País pode retrair ainda mais os investimentos de novos empreendimentos imobiliários fora de áreas nobres da capital, já que projetos voltados para classe média costumam ser mais sensíveis a oscilações econômicas. “Vamos ver as empresas continuarem a investir em áreas de maior poder aquisitivo”, disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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