Finanças

Prates: Queda em lucro da Petrobras não tem relação com nova política

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta sexta-feira (4) que a queda do lucro da companhia na confrontação entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano não deve ser atribuída à mudança na política de preços.

Segundo ele, o principal fator para a queda é a variação da cotação do barril de petróleo tipo brent, referência do mercado internacional. Apesar da redução, Jean Paul considera que o resultado do segundo trimestre foi positivo.

Os resultados do segundo trimestre de 2023 foram divulgados pela Petrobras na noite de ontem (3), posteriormente o fechamento do mercado de ações. O presidente e os diretores da empresa responderam nesta sexta-feira (4) a perguntas de acionistas e de jornalistas. Conforme os dados, foi registrado um lucro líquido de R$ 28,8 bilhões no período. Trata-se do décimo maior lucro trimestral da história da empresa. Ainda assim, na confrontação com o primeiro trimestre do ano, houve uma queda de 24,6%.

“É bom que se diga que a queda se deve à variação do preço do petróleo tipo brent e das margens internacionais, mormente a do diesel. Eu faço cá essa colocação porque eu vi várias pessoas já imputando ou tentando atribuir o resultado à política de preço. É absolutamente desconexa essa risco de raciocínio. Nós tivemos uma queda brutal do brent. Estamos numa outra estado. Essa estado atinge por igual as nossas empresas-irmãs, tanto privadas quanto estatais”, explicou Jean Paul Prates.

Prates disse que a avaliação do desempenho da Petrobras deve levar em conta a confrontação entre as empresas com participação no mercado acionário. “Em termos de fluxo de caixa operacional, que é o faturamento menos despesas e custos, essas empresas caíram em média US$ 6,5 bilhões. Nós caímos aquém da média, com US$ 4,9 bilhões. É uma vez que se a gente tivesse numa piscina enxurrada e de repente ficasse meia piscina e tivesse que nadar em um envolvente dissemelhante. E nós desempenhamos melhor do que a média das nossas empresas-irmãs”, afirmou, citando que os investimentos da estatal no segundo trimestre somaram US$ 3,2 bilhões, 31% supra em relação ao primeiro trimestre.

Política de preços

A novidade política de preços dos combustíveis da Petrobras foi adotada em maio, que representou o termo do Preço de Paridade Internacional (PPI), que vinha sendo adotado há mais de seis anos. Desde 2016, os preços praticados no país se vinculavam aos valores no mercado internacional tendo uma vez que referência o preço do barril de petróleo tipo brent, que é calculado em dólar. Essa prática gerou distribuição de dividendos recordes aos acionistas da empresa.

No novo protótipo, a Petrobras não deixa de levar em conta o mercado internacional, mas incorpora referências do mercado interno. O termo do PPI havia sido uma promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral no ano pretérito. Ele defendeu a urgência de “abrasileirar” o preço dos combustíveis. Ao anunciar a mudança, a Petrobras também reduziu de inesperado os preços dos combustíveis.

Jean Paul Prates voltou a proteger a novidade política de preços, sob o argumento de que a gestão atual tem gerado credibilidade. O presidente da empresa avalia que a solidez financeira e a transparência relacionada tanto com a política de preços quanto com a política de dividendos influenciam na boa avaliação do mercado, que resultou recentemente na elevação da nota de crédito da estatal concedida pela escritório de classificação de risco Fitch. “Isso mostra que a Petrobras está sendo percebida cada vez mais uma vez que um investimento seguro e rentável e que a gestão dessa diretoria tem credibilidade”.

Bolívia e Amazonas

O presidente da Petrobras também mencionou as tratativas entre Brasil e Bolívia sobre o gás oriundo. “Temos tratado isso de forma quase diplomática. Temos muito interesse uma vez que empresa em voltar a ser um player importante da Bolívia, sobretudo na produção de gás. Nós consideramos geopoliticamente importante porque é um país vizinho que tem reservas de gás. Devido a circunstâncias internas e decisões em relação ao regime fiscal e contratual, eles tiveram uma queda nessa atratividade. Uma vez que decorrência disso, houve uma queda também na própria produção e na própria reposição de reservas de gás”.

De consonância com ele, a exploração e produção no país vizinho deve ser considerada. Existe também expectativa de evoluir em tratativas com a Argentina, embora nesse caso envolva questões estruturais mais complexas, pois não ainda há um gasoduto ligando o Brasil ao país vizinho.

“Evidente que para todos esses países do Cone Sul, o ideal é que você chegue a um ponto porvir onde todo esse conjunto de reservas de gás e de consumidores seja conectado por uma espécie de um argola. E aí você possa inverter na hora que precisar, na hora que tem inverno de um lado ou de outro. E você possa ter contratos um pouco mais flexíveis”.

O diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Falcão Mendes, disse que a empresa trabalha para obter autorização para atuar na foz do Amazonas. Em maio, o Instituto Brasílio do Meio Envolvente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu um pedido da empresa para realizar atividade de perfuração marítima no chamado conjunto FZA-M-59.

“Nós entendemos que atendemos a todas as exigências. Uma semana posteriormente a negativa da licença, nós demos ingresso a um pedido de reconsideração onde endereçamos todos os pontos colocados pelo Ibama. Teve um ponto que nós não pudemos endereçar porque se trata de uma avaliação ambiental de superfície sedimentar, que é um tanto que deve ser feito ou não antes da licitação da superfície. Mas a licitação foi feita sem essa avaliação, o que na nossa visão não prejudica em zero porque o trabalho de licenciamento ambiental para nascente poço começou em 2014. Ele é bastante longo e bastante multíplice. Ele não necessita de nenhum outro estudo suplementar”.

A Petrobras tem os direitos exploratórios em quatro bacias na região. A projeção é perfurar ainda nascente ano o primeiro poço no Amapá, localizado a mais de 500 quilômetros da foz. Outros dois poços, conforme planejamento da empresa, ficam na bacia Potiguar.


Finaças Brasil

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